Em setembro de 2020 voltámos à escola. De corpo presente. Envoltos em máscaras. Parecia ser só boca e nariz, mas era mais. Como se os olhos se tivessem separado do corpo. Quer adultos, quer crianças, com o tempo foi-se detetando novas personalidades em cada. Dos que já conheciamos foram-se vazando algumas impressões que tinhamos e plásticamente edificando outras que na nossa consciência se justapunham com contornos pouco claros em que as palavras muitas vezes se perdiam no olhar ou como se o olhar falasse. Dos que vieram de novo, a impressão foi outra e talvez ainda mais estranha. Com o tempo fomos configurando cada uma ou cada um a partir do olhar com memórias de gente pública provavelmente que nos continuava a entrar pela paisagem gráfica e multimédia diáriamente. Passavam a ser de uma determinada maneira. Por uma espécie de inconsciência manipuladora e condicionada pelo corpo também.
De algumas/uns, ficamos com uma ideia absurda que é a de nunca os ter visto literalmente, podendo ser vizinhos, comprar no mesmo supermercado, ir ao mesmo dentista...Perdeu a nossa consciência certamente no processo!
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